Copenhague pretende se tornar resiliente ao clima. A "cidade esponja"
O projeto de Copenhague utiliza infraestrutura "azul-verde" e "cinza". A primeira é um sistema de soluções distribuídas em escalas variadas para a gestão de águas pluviais. Essas soluções também são conhecidas como soluções baseadas na natureza (NBS), pois utilizam as forças da natureza. A segunda, "infraestrutura cinza", compreende sistemas e estruturas tradicionais, geralmente de concreto ou metal, utilizados para a gestão de águas pluviais.
A infraestrutura verde inclui a criação de parques, jardins, telhados verdes, lagoas e a construção de biovalas — canais projetados para concentrar e canalizar o escoamento de águas pluviais, removendo simultaneamente poluentes. Tudo isso visa não apenas conter inundações, mas também melhorar a qualidade do ar, fornecer sombra aos moradores e apoiar a biodiversidade.
O projeto também incluiu a construção de túneis com quilômetros de extensão, reservatórios subterrâneos, estações de bombeamento e alargamento de tubulações de esgoto. Alguns dos túneis — as chamadas "rodovias aquáticas" — foram construídos pela empresa de água HOFOR, de Copenhague. Dois deles custaram um total de US$ 98 milhões. Os demais túneis estão em construção.
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"O plano original era mais 'verde', mas, com o tempo, mais estruturas subterrâneas foram construídas. Isso se deve, em parte, à pressão do tempo – quando é preciso agir rapidamente, recorre-se a soluções comprovadas", afirma Nyerup Nielsen, da Ramboll, empresa de consultoria internacional especializada em engenharia, design e desenvolvimento sustentável.
Entre os projetos mais espetaculares criados como parte do projeto está a Praça Karen Blixen, localizada no campus sul da Universidade de Copenhague. Este espaço público de quase dois hectares combina funções recreativas e de retenção de água. Possui depressões que armazenam água durante chuvas fortes, aliviando o fluxo do canal próximo. Canteiros de plantas aceleram a evaporação e atraem insetos e pássaros.
RP
